terça-feira, 12 de agosto de 2014

MÚSICA: Far From Alaska é uma das melhores novidades do rock nacional. E veio, quem diria, do Nordeste, da cidade de Natal!

Não um grupo de jovens nerds, e sim uma potente banda de rock.
Caras como eu, que já passaram dos 40 anos, gostam de rock e ouviram um pouco de tudo da infância até a vida adulta, em ao menos quatro gerações, ficam meio ranzinzas ou rabugentos diante de novidades. Eu canso de escutar amigos da mesma idade, meio saudosistas, dizendo que nunca se fará música igual ou melhor  a que foi feita nos anos oitenta ou noventa do século passado, ou que o rock'n roll já morreu; ao menos o rock brasileiro. Afinal, já faz quase 30 trinta anos do primeiro Rock in Rio, em que o Brasil revelou ao mundo bandas antológicas que fizeram a cena musical (e as FMs) do país inteiro anos antes, no final da ditadura,  apresentando roqueiros que hoje já morreram ou encontram-se cinquentões, como Barão Vermelho, Legião Urbana, Ira, Plebe Rude, Capital Inicial e Paralamas do Sucesso. Com a chegada dos anos 2000, com a cantora Pitty, os moleques do Restart e bandas mais adolescentes e inexpressivas, como NX Zero e Fresno, além do fim da MTV Brasil no começo da segunda década desse século, parecia que nada de novo e realmente interessante parecia restar no front do rock nacional. Parecia, apenas parecia!

Confesso que eu havia me juntado há alguns anos ao coro dos descontentes dos jovens rockers e groupies das antigas, que agora viraram senhores ou senhoras pais ou mães de família, não muito atentos aos músicos mais jovens que despontavam no cenário musical nacional nos últimos dez anos. Porém, nunca é tarde para acreditar que enquanto há vida há esperança, e enquanto existir rock and roll haverá vida inteligente na terra. Das bandas estrangeiras, eu já tinha escutado excelentes grupos de artistas recentes da última era, com cantores e instrumentistas que ainda estão na faixa dos 20 ou 30 anos, como Interpol ou Muse. Porém, no Brasil, depois do manguebeat dos pernambucanos do Nação Zumbi na década de noventa, o rock setentista e meio Ramones dos gaúchos do Cachorro Grande, e a pegada meio rock, reggae e hip-hop dos cariocas do Rappa, tocados nos últimos anos, eu ainda não tinha visto uma banda de rock tão boa, quanto os potiguares do Far from Alaska, a grande sensação das bandas lançadas no último ano.

É certo que, para os que conhecem, o Rio Grande do Norte não é apenas a terra de belas paisagens paradisíacas de praias tropicais, dunas e Mata Atlântica, com imagens capturadas à exaustão em portfólios de agências de turismo ou novelas da Rede Globo, ou lugar onde se escuta somente forró, pagode ou grupos de axé-music, como os que lotam a cidade no mês de dezembro, por conta do Carnatal, uma das maiores micaretas (carnavais fora de época) do país. A terra do escritor Luís da Câmara Cascudo, do cantor brega Carlos Alexandre,  da modelo internacional  Fernanda Tavares e da atriz global Titina Medeiros, também é berço seminal de grandes bandas de rock, pop e blues que marcaram a cena cultural da cidade nos últimos trinta anos. Desde a época de bandas como Fluidos, Modus Vivendi e Canto Calismo, nos anos oitenta, até Alfândega, General Junkie, Flor Bela Espanca, Zaratustra, Cantus do Mangue, Deadly Fate, Jus Causae, Jane Fonda e tantos outros bons grupos na década seguinte, Natal viu bares, festivais e campus de universidades repletos de bandas novas, dos mais diferentes estilos, que já tocaram em rádios, apareceram em matérias de jornais, deram entrevistas em programas de televisão e até tiveram clipes reproduzidos pela MTV. É de Natal o Du Souto, uma das mais competentes e criativas bandas surgidas no Brasil na cena musical dos últimos anos, formada por músicos experientes como Paulo Souto e Gustavo Lamartine, egressos do antigo General Junkie, que já se apresentaram no programa do Jô Soares na Rede Globo e estão prestes a viajar em turnê internacional. Entretanto, pouca atenção eu dava para as novas bandas, de músicos com idade para serem meus filhos, até ter escutado o Far From Alaska.

O Far From Alaska em plena atividade.
Formado por Emmily Barreto nos vocais, Chris Botarelli nos teclados, Edu Filgueira no baixo, Rafael Brasil na guitarra e Lauro Kirsch na bateria, o grupo formado em Natal/RN foi fundado em 2012, lançando um EP chamado Stereochrome, que já deu boa repercussão para quem o escutou. Eles foram vencedores no mesmo ano de um festival, que lhes garantiu participar nacionalmente do Planeta Terra, grande evento televisionado, com bandas nacionais e internacionais, patrocinado entre outros por grandes companhias de telefonia como a Claro e a Vivo, realizado em São Paulo, e que contou, entre outras, com atrações como a famosa banda britânica dos anos noventa, Garbage. Conhecendo no backstage a carismática e simpática vocalista do grupo, Shirley Manson, os músicos potiguares conquistaram uma influente garota propaganda, pois ao escutar o som da banda, Manson divulgou o Far From Alaska nas redes sociais, catapultando a garotada a um automático estrelato pela internet. Do esforço de seus integrantes, surgiu dois anos depois seu primeiro álbum, disponibilizado para venda no I-Tunes, e com uma excelente resenha crítica na conceituada revista de música, Rolling Stone. Na Copa do Mundo deste ano, realizada no Brasil, e durante os jogos que ocorreram em Natal, os músicos também foram convidados para tocar na Fan Fest, e deram seu  recado como uma das mais promissoras novas bandas a surgir no horizonte do rock brasileiro nos últimos anos.

Shirley Manson: a musa do Garbage gostou do som da banda natalense.
É dum reducionismo extremo definir a banda de Natal como indie, apesar de ser esse o epíteto usado em muitos meios de comunicação para definir a sonoridade do grupo. No wikipédia é possível ver que o grupo é definido como uma banda meio stoner, meio hard rock. Eu diria que, antes de tudo, o Far from Alaska é uma excelente banda de rock, com todos os componentes que caracterizam o gênero. Está lá os vocais femininos bem definidos de Barreto, que às vezes faz recordar uma Joan Jett de um Runaways revivido, assim como as guitarras a la Black Sabbath de Rafael Brasil, a cozinha operada pela bateria competente de Kirch e o baixo encorpado e bem marcado de Filgueira. Valendo-se do uso de sintetizadores operados por Chris Botarelli, o grupo consegue fazer um som original, valendo-se de suas raízes rockeiras, mantendo uma alternância entre músicas ligeiras e outras mais viajantes, que combinam referências que vão do progressivo até o pós-punk. Optando por compor e cantar todas as suas músicas em inglês, o Far from Alaska não fez mais do que adotar a posição globalizada de fazer rock'n roll no idioma universal da terra de Shakespeare, que legou a humanidade outras feras da arte, como os Beatles, os Stones, The Who e Led Zeppellin, para ficar só por aí entre os clássicos do gênero. 

Lançado em julho de 2014, Modehuman é o primeiro álbum oficial da banda natalense,  combinando faixas já tocadas em Stereochrome com novas aquisições. Escutar esses garotos é uma experiência saborosa de ouvir, como se ainda fosse novidade, um bom e velho disco de rock. Impossível não balançar a cabeça ao som de Greyhound, um dos singles do disco, aliando a potência vocal de Miss Barreto com o peso dos instrumentos de seus companheiros de banda, que faria um vovô Tonny Iommi sorrir de gratidão, ouvindo o som de sua cadeira. Outra canção superlegal é Dino Vs Dino, uma divertida mistura de blues rasgado com hard rock, lembrando um pouco Queens of Stone Age, ótima para se tocar ao vivo. Só falta o Dave Grohl do Foo Fighters  aparecer para dar uma canja com a molecada! Mama segue a mesma pegada (o que talvez faça com que alguns críticos definam a banda como stoner). Agora talvez uma das grandes (e arriscadas)  experiências estéticas do grupo seja a canção-título de seu primeiro EP, Monochrome, um verdadeiro hino psicodélico, com direito a vários efeitos durante uma viagem sonora que ultrapassa os sete minutos de canção, combinando  em seu som a singeleza de grupos mais antigos como Yes, ao peso de nomes fortes do heavy metal recente, como Mastodon. Óbvio que, comercialmente falando, para se aventurar numa proposta de, já no primeiro disco, fazer uma música com mais de quatro minutos, os músicos tiveram que ter colhões (e saias) para isso. O que demonstra que, apesar de pouca idade, os jovens componentes do Far From Alaska revelaram ter sido bem produzidos, e confiaram na aposta de fazer um som que é, ao mesmo tempo, simples e adoravelmente complexo.

Aguardo ansiosamente os próximos capítulos da saga dos músicos natalenses do Far From Alaska. Creio que eles tem tudo para brilhar em outras paragens, valendo-se do inglês bem cantado que utilizam e da universalidade da linguagem do rock. Se, há mais de vinte anos antes, os mineiros do Sepultura conseguiram fazer quase o impossível, brilhando internacionalmente como banda de heavy metal, a ponto de ficarem situados no panteão das históricas bandas do gênero, na mesma posição de bandas como o Iron Maiden e Metallica, por que não investir no Far From Alaska como uma das futuras grandes bandas do novo milênio? Ora, para mim eles já conseguiram surpreender o Brasil, saindo da pitoresca Natal para ou ouvidos de gente como o pessoal do Garbage. Para conquistar o mundo agora, basta só mais um pouquinho de sorte e umas gotas de ambição, pois talento, eles já tem de sobra. Boa sorte, garotos!!



quarta-feira, 6 de agosto de 2014

RELIGIÃO E POLÍTICA: Os evangélicos e Israel (ou COMO A TRAGÉDIA PALESTINA SERVIU PARA DIVIDIR POLITICAMENTE ESQUERDA E DIREITA NO BRASIL)

A tragédia do povo palestino na Faixa de Gaza, refém da força bruta do Estado de Israel, infelizmente, não é novidade. Ao menos de cinco em cinco anos ou até menos vemos na TV a dura realidade do povo palestino, principalmente de suas crianças, dizimadas pela força militar israelense, a pretexto de combater militantes muçulmanos extremistas, que querem a todo custo a destruição de Israel.

Dessa vez, o pretexto do governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para invadir Gaza e dar um verdadeiro banho de sangue na região, foi o de combater os terroristas palestinos do Hamas, responsáveis pela morte de três adolescentes israelenses, sequestrados, assassinados e enterrados no deserto, após terem saído de uma aula de ensino religioso durante a noite. O crime em si foi bárbaro e brutal, mas a reação desproporcional de Israel encheu os olhos de quem viu incessantes bombardeios de mísseis oriundos de Israel, que destruíram bairros inteiros, hospitais, escolas, deixando um rastro de terror que pode ser visto à exaustão no Youtube, para quem tem estômago suficiente para ver isso. São corpos carbonizados, enterrados ou mutilados de crianças, velhos, mulheres, enfermos, numa contabilidade macabra da morte de mais de mil pessoas da população civil de Gaza, a pretexto de vingar a morte de três adolescentes. Será que matar mais de mil palestinos justifica a morte de três israelenses?

É claro que quem lê este blog e tem um posicionamento mais favorável a Israel vai achar que eu estou sendo parcial demais, e injusto em demasia com os israelenses, vendo apenas um lado da moeda. Soldados israelenses também foram mortos (muitos deles alvo de "fogo amigo", atingidos por balas ou morteiros do próprio exército israelense), e o Hamas também tem seu grau de responsabilidade nas mortes, pois, segundo o governo de Israel, a segurança e a vida de milhares de cidadãos israelenses encontra-se comprometida pelas bombas e mísseis lançados pelo grupo islâmico, através de esconderijos subterrâneos. Israel alega que está em guerra, e na guerra o objetivo é derrotar, aniquilando o inimigo. O problema é que desde a Convenção de Genebra, após a II Guerra Mundial, convencionou-se entre os povos que os ataques a população civil, além de intoleráveis, são verdadeiros crimes, cabendo a responsabilização dos governantes por crimes de guerra. Quem vai responsabilizar Netanyahou por esse massacre? Israel alega que o Hamas utiliza pessoas inocentes como escudos humanos, manipulando suas mentes a ponto de fazer com que elas sejam atingidas de propósito pelas armas de Israel, sob a alegação de que morrerão como mártires. De um lado e de outro judeus e muçulmanos procuram explicar o massacre, enquanto que na comunidade cristã também é possível ver quem adota uma posição mais favorável e outra mais contrária a Israel. Até que ponto pessoas com alguma fé religiosa ou posicionamento político irão compreender uma realidade tão caótica?

No Brasil, depois que começou a ação militar israelense e cenas horríveis de crianças mortas ou mutiladas apareceram na internet, as redes sociais, além dos meios de comunicação tradicionais como televisão, jornais e revistas mostraram o holocausto palestino, e a reprovação da comunidade internacional, inclusive dos Estados Unidos, aliado há décadas do governo de Israel. Entretanto, tanto no jornalismo da Nova Direita brasileira, bem como em segmentos religiosos conservadores, muitos identificados com o pentecostalismo, há uma defesa às vezes velada e muitas vezes aberta de Israel e seu povo. O debate, em pleno ano eleitoral, acabou dividindo esses segmentos num eleitorado de um lado mais à esquerda e governista (por conta da candidatura à reeleição da presidente Dilma Roussef, do Partido dos Trabalhadores), e do outro lado um eleitorado de oposição mais vinculado às teses da direita (o neoliberalismo e o neoconservadorismo que estampa o candidato do PSDB, Aécio Neves, ou entre os candidatos nanicos, como o pastor Everaldo, do Partido Social Cristão: o mesmo do polêmico deputado evangélico Marco Feliciano). Crentes da Assembleia de Deus, bem como representantes da Igreja Universal, do bispo Edir Macedo, também fazem uma defesa entusiasmada de Israel, condenando não apenas as ações do Hamas, mas também toda a crítica midiática que é feita ao governo israelense, por conta da ação atroz do exército israelense. Por que essa diferença política e religiosa?

O pentecostalismo, e, principalmente, o neopentecostalismo no Brasil, tem adotado uma posição teológica cada vez mais judaicizante, e a construção recente do Templo de Salomão, em São Paulo, pela Igreja Universal, e o novo visual adotado nas liturgias do culto e na aparência de seu principal líder, Edir Macedo, tem revelado que, por serem mais simpáticos ao Antigo Testamento do que outras denominações religiosas, os evangélicos pentecostais tem sido, naturalmente, mais favoráveis a Israel. O Antigo Testamento, seguido pelos judeus na forma da Torá, seu livro sagrado, ou Pentateuco, prega uma linha de conduta pessoal e coletiva mais moralmente conservadora e extremamente legalista. Como adeptos dessa religiosidade cristã tendem a ser mais fundamentalistas, os textos do Antigo Testamento que se referem a comportamento e costumes tendem a ser interpretados e cumpridos literalmente, ensejando em termos políticos um discurso mais ortodoxo e mais fechado às inovações progressistas pregadas pela esquerda, como, por exemplo, a legalização do aborto ou do casamento de pessoas do mesmo sexto, até a descriminalização do uso de determinadas substâncias, como a maconha. Além disso, diferentemente dos esquerdistas presentes no governo Dilma ou incrustados em legendas menores como o PSOL, muitos dos eleitores evangélicos pentecostais defendem um Estado mínimo, com severas críticas ao modelo econômico adotado pelo governo do PT, exigindo uma alternância de poder. Isso, somado à manifestação do governo brasileiro, que por meio de sua diplomacia, rechaçou a conduta do governo de Israel, não registrando em nenhuma vírgula as ações do Hamas, acabou por gerar a antipatia israelense, cujo porta-voz chegou a se reportar ao Brasil como um "anão diplomático".

Para o eleitorado evangélico e conservador que adota as teses da direita brasileira, como são avessos ao governo Dilma, é natural que endossem o entendimento de Israel, também estabelecendo críticas ao governo petista, bem como endossando todo o apoio a seu povo e as ações militares praticadas pelo governo israelense. Afinal, trata-se de proteger o povo escolhido por Deus, segundo a leitura do Antigo Testamento, e, afinal de contas, Jesus Cristo não tinha nascido judeu? Por essas e outras entende-se como muitos cristãos evangélicos avessos ao governo do PT defendem entusiasmadamente Israel, seu modelo de governo e seu modelo econômico neoliberal, enquanto os militantes das organizações de esquerda e o governo de Dilma repudiam a todo custo as ações de Israel. Como diria o finado pensador italiano, Norberto Bobbio, o horizonte da esquerda e da direita voltam a ser redefinidos em cada ciclo da histórica política dos povos.

Como democrata, respeito o posicionamento pró-Israel de boa parte da comunidade dos evangélicos, especialmente dos pentecostais que demonstram sua simpatia para com o povo judeu. Por outro lado, em nome da racionalidade e defendendo o fim da
barbárie, entendo também que tanto a extrema-direita israelense, encastelada no gabinete do primeiro-ministro Netanyahou, como os sanguinários e fanáticos militantes extremistas do Hamas devem ser severamente criticados e combatidos. A Autoridade Nacional Palestina, representada por seu chefe político, Mahomoud Abbas, bem como milhões de judeus e muçulmanos de bom senso de todo o planeta, são contrários à ação genocida do exército israelense na Faixa de Gaza, e pedem paz urgentemente, a fim de que mais crianças e inocentes não sejam mortos de maneira totalmente desnecessária. Creio que os cidadãos cristãos brasileiros devem voltar um pouco seus olhos para o Novo Testamento, onde Cristo prega o perdão, o amor ao próximo e a tolerância, e não o contrário, no que uma visão deturpada e fundamentalista do Velho Testamento possa levar a pensar diferente. Os palestinos que estão na Faixa de Gaza não são os cananeus que os israelitas, liderados por Josué dizimaram, na passagem bíblica que narra a Batalha de Jericó, e que é usada como referência pelos judeus fundamentalistas e pela extrema-direita israelense para justificar as atrocidades do exército de Israel, na chacina de mulheres e crianças palestinas. Se Deus tinha ordenado que seu povo destruísse os inimigos de Israel no Antigo Testamento, por que não agora também aqueles que querem atacar o Estado judaico não possam ser destruídos? É, definitivamente, uma forma muito tenebrosa de pensamento.

Todo o fundamentalismo religioso e radicalismo político é anticristão. Cuidado ao defender um governo que gosta de lançar bombas contra crianças, meus amigos pentecostais!!

Gates e Jobs

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Os dois top guns da informática num papo para o cafézinho

GAZA

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Até quando teremos que ver isso?