quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

FIM DE ANO: UM ANO QUE PASSOU E O ANO QUE VEM!

"Adeus ano velho, feliz ano-novo..."! Na minha compulsiva mania de escrever, ao olhar para este blog e verificar mais de setenta postagens, envolvendo artigos dos mais variados, cheguei a seguinte constatação para mim mesmo: "É, cara, você é um desocupado criativo, mesmo! Como é que conseguiu escrever tantas besteiras no decorrer do ano e ainda ter o talento de fazer com que algumas pessoas leiam?". Entendo que a experiência dos blogs começa como uma terapia ocupacional: inicialmente a pessoa escreve pra si mesma, talvez como forma de ocupar o tempo, ou pra simplesmente extravasar o stress de sentimentos inauditos, de barulhos interiores, fantasmas ou monstrinhos que podem ser exorcizados por meio de palavras: versos, poemas, canções, relatos ou simplesmente comentários toscos sobre se vai chover ou fazer frio numa ensolarada ou gélida Porto Alegre, ou não. Aprendi com este blog o exercício do autorrelato associado à reflexão que pude compartilhar, nem que seja de forma oblíqua,com todos aqueles que leram meus escritos, e puseram comentários ou não.

Posso dizer que na atividade estreante de blogueiro, desde o começo de 2009, pude desnudar a mim mesmo, tornar-me acessível para alguns ou mais ainda misterioso para outros. Fiz amigos, encontrei respeitáveis oponentes, reencontrei pessoas que há tempos não me viam e pude exercitar algo que me foi ensinado por meu pai na tenra infância: o prazer pela leitura e pela escrita. Louvo o meu velho, Antonio William Alves, que não vejo há tempos, em função da distância geográfica, pioneiro na família na comunicação blogueira, já que foi ele (bem antes do que eu) que iniciou a vereda virtual de difundir seus deliciosos escritos pela internet, mediante o blog "Reminiscência do William" (http://www.reminiscenciadowilliam.blogspot.com/). A ele devo tudo: minha formação, caráter, intelecto, pois foi ele quem me introduziu ao mundo das letras quando me deu de presente o meu primeiro gibi quando criança, onde realmente iniciei minha alfabetização. Depois vieram mais gibis, livros, dicionários, enciclopédias, almanaques, revistas, que eu devorara avidamente, com minha sede de conhecimento e informação. Creio que mais do que os tradicionais brinquedos de Natal que recebiam as crianças de seus pais ou quando estes voltavam de viagem (caso do meu pai, que trabalhava embarcado), o maior legado de meu velho pai trazido a mim foi a leitura, e a vontade de escrever sobre tudo e sobre todos. É, meu velho! Posso não ter virado uma autêntica "autoridade" no nosso belo quadro social de juízes, empresários, engenheiros, médicos e empreendedores, mas me tornei o que eu sou, e do que mais gosto: um cara curioso, que gosta de ler, escrever e compartilhar de sua escrita. Posso ter me tornado um poeta, um filósofo, um professor; ou, tão e simplesmente uma besta quadrada ou doido varrido. Porém, sou feliz na minha condição.

2009 agora termina ao som dos fogos, que para alguns acaba virando caso de polícia, em virtude dos acidentes e de danos produzidos pela ação dos mais incautos no uso dessas substâncias explosivas. Por outro lado, 2009 termina ou assistindo solitariamente na TV mais um insosso Programa do Faustão, anunciando a virada do ano, ou na alegria dos mais afortunados (como eu, u-lá-lá) que podem presenciar coletivamente a apoteótica queima de fogos, anunciando o novo ano, às margens de alguma praia do litoral nacional (seja em Copacabana, Boa Viagem, Porto Seguro, Ponta Negra, na Usina do Gasômetro ou na Avenida Paulista). De qualquer forma, para os endinheirados a bordo de seus cruzeiros que estouram seus champagnes, para os trabalhadores à beira-mar que depositam suas flores e esperanças nas águas em tributo a Iemanjá, para as famílias de classe média em torno de sua ceia de ano-novo, para a dona-de-casa que tão e simplesmente ora ao pé da cama, e dorme sonhando com um ano melhor e que seus filhos não sejam vítimas de uma bala perdida, ou para o sem-teto, bêbado, de dentro de sua caixa de papelão, 2009 pode ser apenas mais um ano, um ano que passou, enquanto 2010 é apenas um número que sucede outro. Para os vencedores, a glória de comemorar as vitórias no ano vencido, para os perdedores, a crença da volta por cima no ano vindouro.


Parodio aqui a frase de uma inteligente e encantadora criatura que tive o prazer de conhecer este ano que passa, que postou uma mensagem interessante, que tomo a liberdade de transcrever aqui em meu blog: "que em 2010 sejamos capazes de virar páginas e chutar baldes". É isso aí! Nada mais lapidar, direto e genial! Uma verdadeira apologia do espírito do ano-novo. Nada tão e simplesmente de roupas brancas, novinhas, de barrigas empaturradas de galináceos ou do porre sugestivo de champagnhe, cerveja ou vinho. O futuro sempre se apresenta como desafio, como um recado ao passado, ou como um obstáculo a ser transposto. A vida é assim! "Muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender". Sim, mas só se conseguirmos efetivamente entender o recado de nossa amiga, levantar, sacodir a poeira do ano que se despede e encarar com os olhos voltados para a frente o ano que vem chegando, sem nunca olharmos para trás com pesar, as vitórias e derrotas passadas, pois estas já foram deletadas na tecla "backspace" do tempo. Um ano novo que se aproxima, para os que ainda tem fé e acreditam, não é apenas mais um ano que ficamos mais velhinhos, mas sim uma vida nova que se apresenta, sempre como uma novidade, sempre como um mistério, sempre como o inesperado, sempre como um desafio. Que bom que possamos sempre aguardar a expectativa de no ano seguinte conhecermos novos lugares, experiências, sentimentos e pessoas. Que bom que, apesar de tudo, o mundo siga o seu rumo! Que bom que seja assim!



Portanto, nessa mensagem de fim de ano, desejo, do fundo do coração, a todos os leitores do meu blog, para os leitores crônicos ou para os transeuntes, um feliz 2010 carregado de significados, carregado de esperança, e, sobretudo, carregado de atitudes. Que em 2010 tenhamos sempre a atitude de afugentar o baixo-astral, sacodir a mesmice, reinventar a roda, nem que seja tão e simplesmente escrevendo um novo artigo, sobre novos assuntos, num obscuro blog de um desconhecido escritor semi-quarentão. Enquanto isso, vou aqui, na virada do ano, escutando no meu I-Pod, a bela e sensível canção da banda norte-americana Kings of Leon, intitulada Revelry (Reveillon em inglês), curtindo em meu coração as minhas paixões. FELIZ ANOOOO NOOOOOVOOOOOO!!!!

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