domingo, 8 de fevereiro de 2009

MUSAS DO CINEMA E DA MÚSICA: Zooey Deschanel, minha nova paixão!!

Relutei alguns dias de escrever este comentário para que não parecesse mera tietagem ( apesar de ser tietagem) os comentários que vou fazer acerca dos talentos ( não apenas físicos) de minha nova namorada nas telas: a atriz Zooey Deschanel. Mas ganhei impulso após baixar o disco gravado por ela, junto com seu parceiro musical Matt Ward, formando a dupla She & Him, no ótimo disco Volume One.

Pois é, além de atriz, a menina é cantora. Pra quem não conhece a gata e gosta de comédia inteligente, vale assistir ao filme baseado no livro de Douglas Adams, " O Guia do Mochileiro das Galáxias". No filme, Zooey interpreta Trillian, par romântico do protagonista Arthur Dent. Antes, ela já tinha trabalhado em 2000 no filme "Quase Famosos", fazendo a irmã mais velha do personagem de Patrick Fugit, que acaba por se tornar aeromoça. Enveredando pelo suspense, a senhorita Deschanel foi a esposa de Mark Walberg, no suspense "Fim dos Tempos", último filme da, infelizmente ,decadente carreira de M. Night Shyamalan (vide seus êxitos anteriores, como o "Sexto Sentido"). Recentemente, Zooey pode ser vista no último filme de Jim Carrey, "Sim Senhor".

Agora o que me chamou atenção nessa garota não foi apenas seu estilo de beleza meio hiponga e despojado, parecendo muitas daquelas paqueras universitárias que adoramos chamar pra sair, ir ao cinema e depois levar para umas festas, regadas a chope e papos que vão de Nietzsche, Derrida ou Foucault até os discos dos Stones ou do Coldplay. Zooey Deschanel chama atenção porque seu jeito doce, meio tímido ou chapado, transparece não apenas nas telas, mas também na música. A gata se tornou a nova musa alternativa, apesar de aparecer em blockbusters do cinema, justamente por incorporar no seu jeito de ser, como atriz e cantora, um estilo que passou a ser definido alguns anos como indie. Pois é, essa expressão, que para os não iniciados parece coisa de "índio" ( e não deixa de ser), foi uma gíria extraída da palavra independent, que foi usada pela primeira vez no fim da década de 80 por radialistas ingleses, pra definir a nova cena musical roqueira do pop britânico e norte-americano, gerada não a partir de grandes gravadoras, mas sim de pequenos estúdios e selos independentes, trazendo à tona bandas hoje antológicas como Teenage Fan Club, Belle & Sebastian, Pavement, entre outros.

Pois é, nunca o termo indie ficou tão bem expresso nas telas a partir das interpretações dessa bela atriz norte-americana de 28 anos, nascida numa família de atores. Mas como estou aqui não apenas para elogiar a beleza da gata ( que é muito linda mesmo), vale ressaltar não apenas seu talento para as telas, mas sim seu especial dom pra outras mídias, especialmente na música, após ter escutado o excelente e comovente Volume One.

No disco da dupla She & Him, Zooey e Ward conseguem inovar na cena musical, não figurando mais apenas como mais um dos bons grupos de rock formados por um casal, tais como: White Stripes ou The Kills. Talvez She & Him tenha um pouco de Carpenters, só que menos meloso e com mais pegada. As músicas são certamente "fofinhas", belas de escutar em suaves canções de amor com pegada folk, falando de corações partidos. Porém, o mais interessante é perceber que além de belas, as canções rendem um verdadeiro tributo às influências musicais dos anos 60 e 70, no que havia de melhor no soul, como as canções do trio Supremes, algumas lembrando o ar psicodélico de uns Beatles numa fase pós Sargent Pepers e outras numa levada que rende tributo a um Bob Dylan em fase mais animada. Ao escutar a primeira faixa: Sentimental Heart, por exemplo, sentado à beira da janela num final de tarde, é difícil de não deixar as lágrimas escorrerem após um breve sorriso de agradecimento a Deus, por ter legado pérolas musicais tão prazerosas de escutar, tão gratificantes como experimentar o beijo da mulher amada ou sorver um belo gole de vinho. Escutar This is not a Test é voltar a adolescência, com uma pegada de violão, coro setentista e panderola, dando vontade de sair correndo até o parque mais próximo e tão e simplesmente deitar no gramado, observando o céu, tomando um sorvete. O compasso marcante de Why do you Let me Stay Here me dá vontade de ter sido adolescente nos anos sessenta, ouvindo jovens Lennon e Mccartney, ou curtindo o fim de tarde ouvindo o bater das ondas numa praia, ao lado da sonoridade de um Beach Boys. Vale a pena conferir também a versão que a gata faz da clássica I Shoud Have Known Better, eternizada com os Beatles e conhecida por uma famosa versão em português cantada por Renato e Seus Blue Caps. É pra sair dançando colado nem que seja com uma vassoura no cantinho do quarto ou da sala, e ouvir muito, muito! É pra tocar muito!!!

Esse som sinestésico, convergindo para uma nostalgia saudável ( afinal, hoje tudo se copia, diriam alguns, mas na verdade tudo se inspira no passado, como "o etorno retorno" mencionado por Nietzsche), aliado à voz lânguida de miss Deschanel, só me leva a acreditar que ainda existe esperança para a humanidade. É lógico que alguns poderão falar aqui de outras belas atrizes, que tentaram até com certo êxito a carreira musical, como o bom disco da loira Scarlet Johanson, em parceria com o mitológico Tom Waits. Só que a atual musa de Woody Allen pode até mandar bem com sua voz rouca num disco de covers, mas se percebe que seu tom de voz não alcança determinadas passagens, que são lidadas com facilidade pela gracinha de cabelos negros Zooey Deschanel, que devem ser tão perfumados quanto o sobrenome, que faz lembrar a famosa marca de perfumes.

Deus existe e inventou Zooey Deschanel. Vê-la no cinema e poder ouvi-la em disco é uma benção. Estou novamente enamorado! Ula-la-la!!

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